O relatório da American Heart Association destaca o grande número de pacientes que necessitam de reabilitação cardíaca a cada ano e que não recebem esta terapêutica.
A reabilitação cardíaca é uma abordagem sistemática e multidisciplinar com foco na prevenção de novos eventos cardíacos. A reabilitação cardíaca iniciada logo após um um infarto agudo do miocárdio diminui as taxas de novos eventos isquêmicos e a mortalidade com base em uma metanálise de 34 estudos randomizados. A participação em programas de reabilitação cardíaca também pode melhorar a qualidade de vida de um paciente e a capacidade de retornar ao trabalho mais rapidamente. Um estudo observacional dentro de uma comunidade demonstrou uma redução absoluta de risco em 10 anos na mortalidade por todas as causas em pacientes que participaram de um programa de reabilitação cardíaca. Estudos também descobriram que a participação da reabilitação está associada a uma redução de 20% a 30% na readmissão hospitalar durante o ano após um evento cardíaco.
Mesmo com as evidências científicas mencionadas demonstrando os benefícios da reabiitação cardíaca, a maioria dos pacientes elegíveis ainda não está recebendo essa terapia. As análises mostram que:
- Pouco menos de 35% dos pacientes pesquisados , que tinham um IAM, receberam reabilitação após o evento.
- Na população com insuficiência cardíaca o número de pacientes encaminhados é ainda menor, em torno de 10%.
Se as taxas de participação de reabilitação cardíaca forem melhoradas para pelo menos 70%, estima-se que aproximadamente 25.000 mortes e 180.000 hospitalizações possam ser evitadas a cada ano. No Brasil não temos dados estatísticos, mas acreditamos que um número muito menor de pessoas são orientadas quanto a importância da reabilitação cardíaca após um infarto agudo do miocárdio. Por todos os motivos mencionados anteriormente, é urgente a divulgação sobre a importância da reabilitação cardíaca nesta população!Converse com seu médico sobre isso. Não há que se ter medo do exercício após um infarto, ele pode salvar vidas, mas precisa ser orientado e acompanhado por médico especializado.
Journal of the American College of Cardiology
Volume 71, Issue 16, April 2018